domingo, 22 de janeiro de 2012

Resenha: Sushi

Autora: Marian Keyes
Editora: BestBolso
Publicação: 2011
Nota: 2 sementes


Em ‘Sushi’, a vida de três mulheres é a matéria-prima para o romance um tanto longo de Marian Keyes. Lisa Edwards, uma editora extremamente competente, durona, sofisticada e um tanto workaholic que é puro mal-humor já que foi transferida de Londres para Dublin, e não promovida para Nova York – como esperava. Ashling é a assistente de Lisa, uma pisciniana cheia de manias, ansiosa e solitária que divide o apartamento com seu amigo e  aspirante a comediante, Ted. E a última personagem é Clodagh, uma dona de casa insatisfeita que tem a vida que muitas mulheres sonham: uma casa no melhor bairro da cidade, um marido lindo e dois filhos (quase) gracinhas.
O romance começa centrado em Lisa, uma mulher que é (aparentemente) muito segura e independente, que está a dois minutos de ser promovida de Londres para Nova York onde acredita que será a nova diretora da maior revista do grupo editorial onde trabalha. O que acontece, porém, é que ela é transferida para fundar uma revista do zero em Dublin, o que a deixa extremamente irritada por todo o romance. Ashling aparece como a ‘quebra-galho’ que é contratada para ser o braço direito de Lisa em Dublin, o que acontece é que uma pessoa animada e supersticiosa passa a ser um saco de pancadas da chefe enquanto tenta aprender e subir no ramo editorial das revistas. Clodaugh é a melhor amiga de Ashling e aparece como uma mulher que, aos poucos, se torna cada vez mais infeliz com a própria vida e com até certa inveja da amiga.
Neste meio tempo das primeiras muitas páginas vemos Lisa se dedicar incansavelmente ao trabalho criando a revista Coleen, ficar mais irritada porque está em processo de divórcio de um fotografo chamado Oliver, que é tudo o que Lisa sempre quis, até não ter mais. Ashling se interessa por Marcus Valentine, um comediante em ascensão em Dublin que é cobiçado pela Coleen para ser um colunista homem inovador e bem-humorado. Enquanto Clodaugh perde os cabelos com os filhos irritantes, redecorando a casa por tédio e achando seu marido, Dylan, cada vez um homem pior. E é nisto que podemos resumir as primeiras 300 páginas do livro.
Eu, honestamente, já tenho problemas com chick-lit e comprei este livro na esperança de que a nova autora popular deste gênero conseguisse me fazer gostar um pouco disto tudo... Mas o que aconteceu foi bem o contrário.
O começo do livro até é legal, até me identifiquei com partes das personagens e todo aquele drama em cima de uma revista nova. O que acontece, porém, é que boa parte do livro se mantém neste ritmo e nesta mesma situação, o que o torna um pouco enrolado.
Com o tempo, perdi qualquer identificação que teria tanto com Lisa, Ashling ou Clodaugh. Talvez por serem mulheres (que deveriam ser) mais maduras, porém o que sinto é que você procura isto nos personagens e continua perdida.
Os personagens secundários são os mais legais e com os quais eu pude me identificar, como Ted que se torna comediante não por dinheiro ou fama, mas porque busca uma namorada. O final até poderia ser surpreendente, mas por um motivo aqui e outro ali, deixa de ser.
No fim das contas, é muito legal a idéia da autora de um romance com mulheres não tão jovens que procuram sua felicidade independente da onde, até mesmo na chuvosa Dublin. É um romance que pode ser que agrade as pessoas mais apaixonadas por este gênero mas provavelmente vão se cansar com as quase 600 páginas.

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